Cinema

Saindo da telinha e caindo na telona. Nos anos noventa as pessoas levaram a sério os filmes de Kevin Costner, que produziu sucessos como Dança com Lobos, JFK, O Guarda Costas e Robin Hood, deixando pra afundar sua carreira com o ambicioso Waterworld – O Segredo das Águas.

Nesse período uma dupla improvável formada pelo carrancudo Tommy Lee Jones e o pateta Will Smith foi responsável por um dos filmes de aventura mais vistos da época, Homens de Preto.

Da mesma forma, as garotas mostraram que poderiam bancar as revoltadas suicidas com o longa Thelma & Louise, que, diga-se de passagem, marcou o início da meteórica carreira de Brad Pitt.

Ainda com a revolta em mente não podemos deixar de lado dois filmes que marcaram a década pela violência desenfreada e sacadas ácidas: Pulp Fiction – Tempo de Violência, de Quentin Tarantino, que recolocou John Travolta na rota das estrelas, e Trainspotting, que revelou o ator britânico Ewan McGregor.

Outro que ganhou destaque foi o mocinho Keanu Reeves, que em Velocidade Máxima ainda ajudou a projetar a queridinha Sandra Bullock, assim como o mico Anaconda (gravado no Brasil!) deveria ter feito com a estreante Jennifer Lopez.

Não podemos deixar de lado a cruzada de pernas da sempre musa Sharon Stone em Instinto Selvagem, assim como as emblemáticas cenas do boquete na garrafa em Na Cama com Madonna, do amasso durante a fabricação de um vaso em Ghost – Do Outro Lado da Vida e do saco plástico voando em Beleza Americana.

Os Oscars desta década foram marcados por filmes bem distintos: do abobado Forrest Gump ao fenômeno Titanic, passando pelo "novo clássico" Os Imperdoáveis e não deixando de lado o sanguinolento Coração Valente. E não podemos esquecer que foi neste período que o Brasil tomou três nabos na cerimônia: O Quatrilho (94), O Que é Isso, Companheiro? (97) e Central do Brasil (98).

Além disso, filmes nada convencionais apareceram para mostrar que o cinema tem outras faces. Entre eles, vale lembrar das drags de Priscila, a Rainha do Deserto, dos peladões de Ou Tudo Ou Nada, do incompreensível A Estrada Perdida e do terror tosco, mas muito eficiente, A Bruxa de Blair.