Recebi por email, e ri tanto que achei que devia compartilhar. Todos sabem que a Bahia é um estado bastante peculiar, inclusive em seu 'idioma' próprio, uma infinidade de termos e frases somente compreendida por seus nativos. Os turistas ou moradores recém-instalados demoram algum tempo para se acostumarem e serem capazes de se comunicar plenamente. Uma simples mudança de tonalidade dá todo um novo significado a algo dito.
Ah, sim. Me lembrei de que foi lançado há tempos atrás um Dicionário de Baianês, escrito por Nivaldo Lariu, um forasteiro que sofreu pra entender o dialeto, e que tentou facilitar a vida de outros desavisados. Acho que saiu de catálogo, pois não encontro pra comprar nas lojas maiores, apenas em sebos na Internet. Vou tentar procurar mais. Enquanto não encontro, vou recolher o máximo de verbetes que conseguir, e tentar reconstruí-lo. Me ajudem nesta tarefa. Aos poucos, vou postando o que for juntando.
Aqui vão várias demonstrações do poder de fogo do baianês. Faltam outras várias. Um dia, tentarei sintetizar o significado de 'resenha' e 'porra' - este último muito bem definido por Renato Fechini. Recebam!
Aí cê me quebra, né bacana?! = Aí você me prejudica, não é meu amigo?
Aooonde! = Não mesmo!
Biriba nela mô pai! = Manda ver! (no sentido sexual da coisa)Bó batê o baba? = Chamar os amigos para uma partida de futebol.
Bó pro reggae? = Chamar os amigos para a balada.
Bó pu regui, negão? = Vamos para a festa, amigo?
Cê tá ligado qui cê é minha corrente, né vei? = Você sabe que é meu bom amigo, não é?
Colé de mêrmo? = Como vai você?
Colé de mermo? = O que é que você quer mesmo? (Caso notável de compactação!)
Colé, meu bródi! = Olá, amigo.
Colé, miséra! = Olá, amigo.
Colé, minha péda! = Olá, amigo.
Colé, meu peixe! = Olá,amigo.
Colé, men! = Olá, amigo.
Diga aê, disgraça! = Olá, amigo.
Digái, negão! = Olá, amigo (independente da cor do amigo).
Diga, mô pai! = Oi para você também, amigo!
ÊA! = Olá, amigo.
E aí, viado! = Olá, amigo (independente da opção sexual do amigo).
E aê, meu rei!? = Olá, amigo.
É niuma, miserê! = Sem problemas, amigo.
Ei, ó o auê aí ô! = Tida como unica frase universal a utilizar apenas vogais e ter sentido completo, significa parem de baderna.
Eu me saí logo. = Eu evitei a situação.
Eu quero prova e R$ 1,00 de Big-Big! = Não acreditar. O Big-Big é um chiclete muito valorizado por pessoas de todas as classes.
Eu tô ligado que cê tá ligado na de colé de merma! = Estou ciente do seu conhecimento a respeito do assunto.
Lá ele! ou Lá nele! = Eu não, sai fora, ou qualquer outra situação da qual a pessoa queira se livrar ou passar para outro.
Lasquei em banda! = Meteu sem dó nem pena.
Na cocó. = Na crocodilagem, na trairagem.
Num tô comeno reggae! = Não estar acreditando ou dando muita importância.
Num tô comeno reggae de (fulano)! = Não estar com medo de provocação/ameaça de (fulano).
Picá a porra! = Agir violentamente contra alguém ou algo.
Relaxe, mô fiu. = Sem problemas, amigo.
Rumáladisgraça! = Agir violentamente contra alguém ou algo.
Rumálaporra! = Agir violentamente contra alguém ou algo.
Sai do chão! = Frase típica e predileta das bandas de axé. O intuito da mesma é de que indivíduo se agite e curta o som tocado em questão.
Se bote aí, vá! = Chamada ao combate físico.
Se plante! = Fique na sua.
Ai, mainhaaa! = Até hoje não se sabe a tradução. Sabe-se apenas que nas músicas de pagode, o vocalista está excitado com sua respectiva amante.
Tome na seqüência, miserê! = Tomar o troco de algo ruim que vc fez.
Vô quexá aquela pirigueti! = Vou paquerar aquela garota.
Vô cumê água! = Vou beber (álcool).
Tá me tirando de otário é? = Está me fazendo de bobo?
Tá me comediando é? = Está me fazendo de bobo?
O brother tirou uma onda da porra. = O cara se achou.
Ó paí ó! = Olhe para aí, olhe!
Ô, véi! = Olá amigo.
Oxe! = Todo baiano usa essa expressão para tudo, mas um forasteiro nunca acerta quando usa.
Salvador é também conhecida por ser uma cidade cujo dialeto deu um LAR aos mais diversos impropérios do cancioneiro popular local. Lá também existe a casa de Noca que ninguém sabe onde fica, mas sabe-se que lá sempre o couro come.
Categoria(s): Cultura Inútil
1 comentário(s):
- At 27 de fevereiro de 2008 às 10:49 Anônimo said...
-
Boa kkkk
Saudade da porra d ir pro reggae aí na BA.