“Vento e poeira no rosto durante horas. Parada num bar qualquer, para recuperar o fôlego, depois de um Bourbon duplo e um “shake” atrás de um muro qualquer. O conforto de estar à mercê de si mesmo, de seguir o próprio caminho, de ladrilhar a própria estrada. “On the Road” é uma autobiografia. É memória até o limiar da ficção, do inventado, das margens do estado de consciência. É uma viagem para se descobrir um novo mundo, uma outra América, onde não importa o tempo, mas o espaço; as personagens coadjuvantes, os vagabundos ébrios em bares no meio do nada, acompanhados de muito Bourbon, cerveja, alucinógenos; ao som do bebop, unindo etnias e classes díspares no contexto do way of life norte-americano. A busca por uma nova consciência, sem regras nem convenções. A busca pela autenticidade selvagem, o retirar das máscaras que eram necessárias para a vida em sociedade, em compromisso com esse dito way of life, regrado, acima de tudo, pela estabilidade. Escolhiam, pois, por ficar à margem do teatro que se compunha a vida social no contexto da época e experimentar o novo a qualquer custo. A geração beat, no geral, buscava uma nova consciência, sem regras, sem convenções. Queriam o rompimento com o status quo. Uma revalorização dos indivíduos, das vontades individuais, da consciência e porque não dizer, do instinto, Eles destruíram o maniqueísmo ao valorizar o indivíduo, deixando de lado a vida social que regrava o certo e o errado e ditava o que era bom. (...)”
Marta Cabral.
Esse é um trecho de um trabalho que eu fiz sobre On The Road, e mil horas seriam poucas para explicar o quão eu admiro esse livro, e o autor dele, Jack Kerouac.
Por isso, trago aqui, na minha primeira aparição nessa coluna que muito me interessa, essa obra. On The Road, pra vocês. Enjoy it!
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