E a mais pomposa premiação do cinema internarcional aconteceu na última noite. O 81o. Prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, conhecido como Oscar, foi entregue pra reconhecer - em boa parte das vezes - o talento daqueles envolvidos na grande indústria do entretenimento.
Há quem defenda, há quem condene. De maior status das premiações, até mesmo a whatever, não passa despercebido. Eu acho que não haja alguém envolvido com Cinema que não gostaria de ganhar um Academy Award, por mais que se diga adepto apenas dos festivais, tidos como menos suscetíveis a lobby e com caráter mais artístico. Que nada! Todo mundo quer um Oscar!
A turma de "Quem Quer Ser um Milionário?".
O grande vencedor da noite foi Quem Quer Ser um Milionário?, um verdadeiro fenômeno cult do ano passado. A produção anglo-indiana veio por todo ano arrebatando prêmios, além da platéia, por onde quer que passou. E não foi diferente no Kodak Theater, levando pra casa oito das onze estatuetas as quais concorreu. Já o maior "perdedor", vencendo apenas três das treze categorias, O Curioso Caso de Benjamim Button ainda ficou na vice-liderança. Milk - A Voz da Igualdade e Batman - Cavaleiro das Trevas levaram duas cada, e o resto foi pulverizado entre os demais concorrentes. E uma nota sobre as premiações dos atores: pra escapar de, como no ano passado, dar todos os prêmios de interpretação pra estrangeiros, escolheram só atores estadunidenses pra Ator Principal (ano passado foi o inglês Daniel Day Lewis). O resto não teve jeito - levaram uma inglesa (Kate Winslet - ano passado foi a francesa Marion Cotillard), uma espanhola (Penelope Cruz - ano passado foi a inglesa Tilda Swinton) e um australiano (o finado Heath Ledger - ano passado foi o espanhol Javier Barden).
A cerimônia, pra variar, foi longa pra caramba - pouco mais de três horas -, mas a dinâmica de apresentação me agradou. Agrupadas por similaridade, as categorias tinham como hosts os mesmos, isso economizou tempo com as mudanças no palco. Voltaram os números musicais, nada novo, mas até bacanas. E demonstrando muitíssimo carisma e domínio de palco, oriundos da formação teatral, Hugh "Wolverine" Jackman deu um show, e cantando, dançando e entretendo, agradou a todos.
Hugh "Wolverine" Jackman, o anfitrião.
Abaixo, a lista dos indicados, agraciados, e alguns comentários. Assisti a todos os filmes das principais categorias, daí falarei sobre eles com alguma "autoridade", e não às cegas. Os que não assisti, mencionarei nas categorias. No decorrer do texto menciono Quem Quer Ser um Milionário? como QQSUM e O Curioso Caso de Benjamin Button como OCCBB, só pra simplificar.
Melhor filme
O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
Milk - A Voz da Igualdade
O Leitor
>> Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire)
QQSUM era o meu preferido. Não que eu o ache genial, ou coisa do tipo. Mas foi o único que vi alguma proposta mais ambiciosa em relação a estilo. Novidade aqui no ocidente, o modo de se fazer cinema na Índia, apelidada de Bollywood, pode não ter a grana e a visibilidade internacional da original estadunidense, mas é extremamente produtiva - mais até que Hollywood -, e leva milhões de apaixonados espectadores locais às salas de projeção. Um reconhecimento merecido. Quanto aos outros, O Leitor, Milk e Frost/Nixon são bons, mas apenas bons. E OCCBB é um filme tecnicamente ótimo, mas somente mais do mesmo. Gostei da premiação, já era esperada.
Uma nota sobre O Leitor: quem recebe a premiação por Melhor Filme são os produtores, no caso deste, estariam no palco Anthony Minghella e Syney Pollack, ambos falecidos no ano passado. Minghella foi premiado como Melhor Diretor em 1996 pel'O Paciente Inglês, enquanto Pollack ganhou também como Diretor por Entre Dois Amores, em 1985. Os dois eram muito queridos e admirados no meio, e seria uma homenagem muito emocionante caso fossem postumamente premiados.
Melhor atriz
Anne Hathaway (O Casamento de Rachel)
Angelina Jolie (A Troca)
Melissa Leo (Rio Congelado)
Meryl Streep (Dúvida)
>> Kate Winslet (O Leitor)
Finalmente a moça emplacou, depois de ter batido na trave por cinco vezes. Excelente atriz, este ano ela matou a pau, com duas interpretações impecáveis (O Leitor e Foi Apenas um Sonho), e já tinha ganhado tudo pelo caminho, inclusive dois Globos de Ouro, de performance principal e coadjuvante. Linda, talentosíssima, e agora reconhecida pela premiação mais badalada. Quanto as outras, Mestra Maryl Streep está excelente em Dúvida, pau a pau com Kate, mas deixa a menina leva o dela! A senhora já tem quinze indicações, com dois douradinhos em casa. Melissa Leo, Anne Hathaway e Angelina Jolie tem atuações boas, mas nada tão impressionante quanto as duas primeiras. Essa era mais que esperada.
Melhor ator
Richard Jenkis (The Visitor)
Frank Langella (Frost/Nixon)
>> Sean Penn (Milk - A Voz da Igualdade)
Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Mickey Rourke (O Lutador)
Aqui teve muita gente que caiu do cavalo, dando como certa a coroação do malucaço Mickey Rourke. Eu tava na onda desse pessoal, que já tinha premiado o cara aos montes, e elogiando a beça sua ressurreição. Acho ele apenas honesto, nada genial, e interpretrou a si próprio em O Lutador. Já Sean Penn deixa o queixo caído quem assiste a Milk, pois faz uma bichinha afetada de maneira impecável! Mostrou toda sua versatilidade, pois geralmente é visto em papéis de machões, coisa e tal, e aqui dá uma aula de interpretação, assim como em outras oportunidades. Imaginei que ficaria entre os dois, mas cairia no colo de Rourke. Quanto aos outros, Brad Pitt é um bom ator, mas fez apenas mais do mesmo em OCCBB (acho a atuação dele em Queime Depois de Ler muito mais bacana). Os veteranos Frank Langella e Richard Jenkins estão impecáveis em suas interpretações, muito bons mesmo. Merecidíssimo, e acho que foi a única surpresa da noite.
Melhor atriz coadjuvante
Amy Adams (Dúvida)
>> Penelope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
Viola Davis (Dúvida)
Taraji P. Henson (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Marisa Tomei (O Lutador)
Aqui, a coisa tava bem parelha. A única menos considerada era Taraji P. Henson. Trabalhos impecáveis de Amy Adams (linda e maravilhosa) e Viola Davis, além da estonteante Marisa Tomei, também excelente. Mas a caliente Penelope Cruz tinha mostrado serviço de primeira no projeto espanhol de Woody Allen, onde todo o elenco está em pé de igualdade, com ótimas atuações. Levou e mereceu.
Melhor ator coadjuvante
Robert Downey Jr. (Trovão Tropical)
Philip Seymour Hoffman (Dúvida)
>> Heath Ledger (Batman - O Cavaleiro das Trevas)
Josh Brolin (Milk - A Voz da Igualdade)
Michael Shannon (Foi Apenas um Sonho)
Talvez o prêmio mais certo da noite, o Coringa mais definitivo da história nos deixa pensando no potencial desperdiçado do cara, que partiu de maneira tão inesperada e evitável. Heath Ledger já tinha garantido este Oscar ainda nos trailers de Cavaleiro das Trevas, e se o filme por si só se garantiu como um dos melhores do ano - menos pra Academia, é claro -, o australiano ainda conseguiu a façanha de roubar a cena. Sobre os outros, Robert Downey Jr. (um dos meus atores favoritos, e inacreditável no papel) e Philip Seymour Hoffman tem atuações excelentes, mas ficam na sombra do Coringa. Já Josh Brolin e Michael Shannon apenas compõem a mesa, pois suas atuações são apenas boas. Aqui, não havia qualquer sombra de dúvida do resultado, e se tornou o segundo ator premiado postumamente, junto com Peter Finch, por Rede de Intrigas, de 1976.
Melhor diretor
>> Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário? - Slumdog Millionaire)
Stephen Daldry (O Leitor)
David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Ron Howard (Frost/Nixon)
Gus Van Sant (Milk - A Voz da Igualdade)
Danny Boyle virou um de meus diretores favoritos assim que assisti Cova Rasa e Trainspotting, em 1997. Gostei de todos os filmes dele que assisti, sempre com um estilo bem pessoal na maneira de conduzir a história. Reconhecimento merecidíssimo pra ele, que apostou bem alto nesta empreitada pelas Índias. Quanto aos outros, Gus Van Sant e Stephen Daldry são caras competentes e talentosos; Ron Howard é um cara bom, mas sem estilo; e meio que me decepcionei com David Fincher, que manteve o bizarro característico neste seu último trabalho, mas abdicou do estilo pessoal em função de construir um filme hollywoodiano demais, e isso foi a maior fraqueza de OCCBB. Palmas pra Boyle.
Melhor roteiro original
Rio Congelado
Simplesmente Feliz
Na Mira do Chefe
>> Milk - A Voz da Igualdade
Wall-E
Desses, só não assisti a Simplesmente Feliz. Meus preferidos eram Wall-E (obra de arte) e Na Mira do Chefe, que com este título super inadequado, passa a imagem de uma comediazinha sessão-da-tarde, quando na verdade tem um humor negro bem característico dos cineastas ingleses, além de ser bastante violento. É um excelente filme, ri bastante, mas sei que nem todo mundo se agradaria. Completando a lista, Rio Congelado que nada traz de novo. Milk é um filme muito bacana, com a história de uma pessoa fantástica - Harvey Milk -, então até que pode ter merecido o prêmio.
Melhor roteiro adaptado
O Curioso Caso de Benjamin Button
Dúvida
Frost/Nixon
O Leitor
>> Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire)
Não li nenhuma das obras originais. Daí só posso falar sobre o que vi na tela. Considerando que Dúvida e Frost/Nixon são filmes concentrados na força de seu elenco, me inclino a gostar mais deles. O Leitor não traz nada de muito novo, mesmo tendo elementos bem diversos, mesmo que comuns, como paixão, abandono, ressentimento, Holocausto, etc. Concordo com o pessoal que diz que OCCBB é um Forrest Gump às avessas, e não vi nada de especial na história. No final, acho que QQSUM, por ser "novidade" por aqui, pode ter merecido sua estatueta.
Melhor trilha sonora original
Alexandre Desplat (O Curioso Caso de Benjamin Button)
James Newton Howard (Um Ato de Liberdade)
>> A. R. Rahman (Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire))
Danny Elfman (Milk - A Voz da Igualdade)
Thomas Newman (Wall-E)
Só não assisti a Um Ato de Liberdade. A trilha de Wall-E, do habitual colaborador de Tim Burton, o ex-OingoBoingo Danny Elfman, é encantadora. OCCBB e Milk são honestos e eficientes. Já QQSUM tem o mesmo argumento que usei no caso do Roteiro - a força da "novidade" - como diferencial, então acho que valeu.
Melhor canção original
Down to Earth (Wall-E)
>> Jai Ho (Quem Quer Ser um Milionário? - Slumdog Millionaire)
O Saya (Quem Quer Ser um Milionário? - Slumdog Millionaire)
O mestre Peter Gabriel até criou uma polemicazinha com sua ótima Down to Earth - não quis se apresentar na cerimônia, mesmo presente, porque achou falta de respeito limitarem apenas sessenta segundos pra cada música -, mas dificilmente conseguiria superar as, novamente, "novidades" de QQSUM. E o número final do filme, na estação de metrô, onde toca a ganhadora, é maravilhoso. Era bem esperado esse prêmio.
Melhor filme estrangeiro
Der Baader Meinhof Komplex, de Uli Edel (Alemanha)
Waltz With Bashir, de Ari Folman (Israel)
The Class, Laurent Cantet (França)
>> Departures, Yojiro Takita (Japão)
Revanche, de Gotz Spielmann (Áustria)
Não assisti a nenhum destes, logo whatever.
Melhor animação
Bolt - Supercão
Kung Fu Panda
>> Wall-E
Acho que tanta certeza quanto Heath Ledger ganharia como Coadjuvante, era Wall-E ganhando como animação. Engrosso o coro dos que clamaram pelo filme nas categorias principais da premiação. É uma obra de arte, do começo ao fim. Quanto aos outros, Bolt é um filme normalzinho, sem nada de novo na técnica, e que poderia perfeitamente ter sido realizado em live-action, com atores e animais de verdade (pra se ter uma idéia, ele cai na velha armadilha de ter coadjuvantes mais interessantes que o protagonista, no caso, o hamster-meio-marmota Rhino); enquanto o Panda tem muita força no elenco de dublagem e nos cenários, além de uma técnica eficiente, mas nada além disso. Não havia qualquer dúvida aqui.
Melhor curta de animação
>> La Maison en Petits Cubes, de Kunio Kato
Lavatory - Lovestory, de Konstantin Bronzit
Oktapodi, de Emud Mokhberi e Thierry Marchand
Presto, de Doug Sweetland
This Way Up, de Alan Smith e Adam Foulkes
Aqui, só assisti a Oktapodi e Presto, ambos muito bons. Mas não posso apontar se são melhores que os outros, inclusive o premiado.
UPDATE: no Youtube tem todos os curtas de animação indicados. Além de Oktapodi e Presto, também This Way Up, Lavatory-Lovestory e La Maison en Petits Cubes (primeira e segunda partes), que realmente é o melhor deles. Clique nos links para assistí-los.
Melhor documentário
The Betrayal (Nerakhoon), de Ellen Kuras e Thavisouk Phrasavath
Encounters at the End of the World, de Werner Herzog e Henry Kaiser
The Garden, de Scott Hamilton Kennedy
>> Man on Wire, de James Marsh e Simon Chinn
Trouble the Water de Tia Lessin e Carl Deal
Não assisti a nenhum destes, logo whatever.
Melhor documentário em curta-metragem
The Conscience of Nhem En
The Final Inch
>> Smile Pinki
The Witness - From the Balcony of Room 306
Não assisti a nenhum destes, logo whatever.
Melhor curta-metragem
Auf der Strecke (On the Line)
Manon on the Asphalt
New Boy
The Pig
>> Spielzeugland (Toyland)
Não assisti a nenhum destes, logo whatever.
Melhor direção de arte
A Troca
>> O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman - O Cavaleiro das Trevas
A Duquesa
Foi Apenas um Sonho
Destes, só não assisti A Duquesa. Mas, com filme de época, sua indicação é normal. A Troca (se passa na década de 20) e Foi Apenas um Sonho (se passa na década de 50), também por serem de época, e por serem bons trabalhos, é normal estarem por aqui. Batman, acredito eu, teve sua vaga garantida pelo inacreditável Coringa, e foi mais que merecido. Mas difícil tirar das mãos de OCCBB, porque a história se passa ao longo de sete décadas, e como toda a equipe competente como convém a uma obra deste calibre, teve seu trabalho "facilitado", pois o material de pesquisa e trabalho é bastante extendo. Bastante previsível a premiação.
Melhor fotografia
A Troca (Tom Stern)
O Curioso Caso de Benjamin Button (Claudio Miranda)
Batman - O Cavaleiro das Trevas (Wally Pfister)
O Leitor (Chris Menges and Roger Deakins)
>> Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire) (Anthony Dod Mantle)
A Troca, e a década de 20; OCCBB e as sete décadas en passant; Batman e sua Gothan City; O Leitor e a Alemanha Oriental da década de 50/60; nem o trabalho facilitado de lidar com filmes de época foi páreo pra Índia retratada em QQSUM. Essa também tava bem na expectativa.
Melhor edição
O Curioso Caso de Benjamin Button (Kirk Baxter e Angus Wall)
Batman - O Cavaleiro das Trevas (Lee Smith)
Frost/Nixon (Mike Hill and e Hanley)
Milk - A Voz da Igualdade (Elliot Graham)
>> Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire) (Chris Dickens)
Cara, aqui devo admitir que tava torcendo, e muito, por Batman. O trabalho foi primoroso. Todos os outros também foram muito competentemente produzidos, mas Batman merecia mais reconhecimento técnico, já que as nas categorias principais foi preterido. Acho que QQSUM, que também merecia, devo dizer, foi favorecido pelo ôba-ôba de estar ganhando tudo. Pra mim, devia ter ido pra Batman.
Melhor mixagem de som
O Curioso Caso de Benjamin Button (David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce e Mark Weingarten)
Batman - O Cavaleiro das Trevas (Lora Hirschberg, Gary Rizzo e Ed Novick)
>> Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire) (Ian Tapp, Richard Pryke e Resul Pookutty)
Wall-E (Tom Myers, Michael Semanick e Ben Burtt)
O Procurado (Chris Jenkins, Frank A. Montaño e Petr Forejt)
Aqui uso o mesmo argumento da categoria Edição: meu preferido era Batman. Outro excelente trabalho, o som do filme é fantástico! Todos os outros são bons trabalhos, principalmente Wall-E, mas acho que QQSUM também foi favorecido pelo tal ôba-ôba de estar ganhando tudo. Preferia que tivesse ido pra Batman.
Melhor edição de som
>> Batman - O Cavaleiro das Trevas (Richard King)
Homem de Ferro (Frank Eulner e Christopher Boyes)
Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire) (Tom Sayers)
Wall-E (Ben Burtt e Matthew Wood)
O Procurado (Wylie Stateman)
Fiquei satisfeito que tenha ido pra Batman - pelo menos aqui os caras deram uma folga pra QQSUM -, mesmo que ache que quem merecia realmente era Wall-E. Quem tiver oportunidade, assista ao making of nos extras do DVD, onde é mostrado o processo de desenvolvimento da Edição de Som do filme. É de se apaixonar o método, resgatado da tradicional arte da sonoplastia, tão magistralmente dominada por caras como Disney e Chuck Jones. Tudo oldschool, incrementados pela onipresente tecnologia digital, mas o tempero do original dá um sabor muito mais encantador. Gostei, mas podia ter sido melhor.
Melhores efeitos especiais
>> O Curioso Caso de Benjamin Button (Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton e Craig Barron)
Batman - O Cavaleiro das Trevas, (Nick Davis, Chris Corbould, Tim Webber e Paul Franklin)
Homem de Ferro (John Nelson, Ben Snow, Dan Sudick e Shane Mahan)
Homem de Ferro é só CGI (computação gráfica). Boa, mas nada mais que isso. OCCBB é CGI + maquiagem. Nada mais que isso. Já Batman é tudo na mão, só uma meia dúzia de efeitos em CGI. Isso me fez preferí-lo na categoria. Hoje em dia tudo é CGI, então quem ainda opta por fazer as coisas mais "reais" me convence rapidamente. Os extras do DVD de OCCBB trazem um making of da elaboração do CGI, que teve como principal tarefa "construir" o "velho" Brad Pitt, e é impressionante, talvez o motivador da premiação. Seria minha última opção, mas não deixa ter mérito.
Melhor maquiagem
>> O Curioso Caso de Benjamin Button (Greg Cannom)
Batman - O Cavaleiro das Trevas, (John Caglione, Jr. e Conor O'Sullivan)
Hellboy II (Mike Elizalde e Thom Floutz)
Não assisti Hellboy II, mas pelo trailer deu pra perceber que, assim como o primeiro filme, o trabalho foi de primeira. Batman tinha como mola propulsora, mais uma vez, o inacreditável Coringa, com sua cara "borrada" e suas cicatrizes. Inclusive acho que a indicação foi exagerada, apesar de idolatrar aquele trabalho. Acho que o verdadeiro merecedor aqui foi mesmo OCCBB, com o envelhecimento/rejuvenescimento de Brad Pitt, e o rejuvenescimento/envelhecimento de Cate Blanchett. Merecido prêmio.
Melhor figurino
Austrália (Catherine Martin)
O Curioso Caso de Benjamin Button (Jacqueline West)
>> A Duquesa (Michael O'Connor)
Milk - A Voz da Igualdade (Danny Glicker)
Foi Apenas um Sonho (Albert Wolsky)
Não assisti Austrália nem A Duquesa. Todos filmes de época, os argumentos são os mesmos da categoria Direção de Arte. Imagino que o fato de, por se passar em outro século, tornou o material de pesquisa mais farto, e o resultado mais exuberante pr'A Duquesa, que levou a estatueta. Dos três que assisti, todos foram bons trabalhos. Então acho que deve ter sido bem merecido.
Há quem defenda, há quem condene. De maior status das premiações, até mesmo a whatever, não passa despercebido. Eu acho que não haja alguém envolvido com Cinema que não gostaria de ganhar um Academy Award, por mais que se diga adepto apenas dos festivais, tidos como menos suscetíveis a lobby e com caráter mais artístico. Que nada! Todo mundo quer um Oscar!
A turma de "Quem Quer Ser um Milionário?".
O grande vencedor da noite foi Quem Quer Ser um Milionário?, um verdadeiro fenômeno cult do ano passado. A produção anglo-indiana veio por todo ano arrebatando prêmios, além da platéia, por onde quer que passou. E não foi diferente no Kodak Theater, levando pra casa oito das onze estatuetas as quais concorreu. Já o maior "perdedor", vencendo apenas três das treze categorias, O Curioso Caso de Benjamim Button ainda ficou na vice-liderança. Milk - A Voz da Igualdade e Batman - Cavaleiro das Trevas levaram duas cada, e o resto foi pulverizado entre os demais concorrentes. E uma nota sobre as premiações dos atores: pra escapar de, como no ano passado, dar todos os prêmios de interpretação pra estrangeiros, escolheram só atores estadunidenses pra Ator Principal (ano passado foi o inglês Daniel Day Lewis). O resto não teve jeito - levaram uma inglesa (Kate Winslet - ano passado foi a francesa Marion Cotillard), uma espanhola (Penelope Cruz - ano passado foi a inglesa Tilda Swinton) e um australiano (o finado Heath Ledger - ano passado foi o espanhol Javier Barden).
A cerimônia, pra variar, foi longa pra caramba - pouco mais de três horas -, mas a dinâmica de apresentação me agradou. Agrupadas por similaridade, as categorias tinham como hosts os mesmos, isso economizou tempo com as mudanças no palco. Voltaram os números musicais, nada novo, mas até bacanas. E demonstrando muitíssimo carisma e domínio de palco, oriundos da formação teatral, Hugh "Wolverine" Jackman deu um show, e cantando, dançando e entretendo, agradou a todos.
Hugh "Wolverine" Jackman, o anfitrião.
Abaixo, a lista dos indicados, agraciados, e alguns comentários. Assisti a todos os filmes das principais categorias, daí falarei sobre eles com alguma "autoridade", e não às cegas. Os que não assisti, mencionarei nas categorias. No decorrer do texto menciono Quem Quer Ser um Milionário? como QQSUM e O Curioso Caso de Benjamin Button como OCCBB, só pra simplificar.
Melhor filme
O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
Milk - A Voz da Igualdade
O Leitor
>> Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire)
QQSUM era o meu preferido. Não que eu o ache genial, ou coisa do tipo. Mas foi o único que vi alguma proposta mais ambiciosa em relação a estilo. Novidade aqui no ocidente, o modo de se fazer cinema na Índia, apelidada de Bollywood, pode não ter a grana e a visibilidade internacional da original estadunidense, mas é extremamente produtiva - mais até que Hollywood -, e leva milhões de apaixonados espectadores locais às salas de projeção. Um reconhecimento merecido. Quanto aos outros, O Leitor, Milk e Frost/Nixon são bons, mas apenas bons. E OCCBB é um filme tecnicamente ótimo, mas somente mais do mesmo. Gostei da premiação, já era esperada.
Uma nota sobre O Leitor: quem recebe a premiação por Melhor Filme são os produtores, no caso deste, estariam no palco Anthony Minghella e Syney Pollack, ambos falecidos no ano passado. Minghella foi premiado como Melhor Diretor em 1996 pel'O Paciente Inglês, enquanto Pollack ganhou também como Diretor por Entre Dois Amores, em 1985. Os dois eram muito queridos e admirados no meio, e seria uma homenagem muito emocionante caso fossem postumamente premiados.
Melhor atriz
Anne Hathaway (O Casamento de Rachel)
Angelina Jolie (A Troca)
Melissa Leo (Rio Congelado)
Meryl Streep (Dúvida)
>> Kate Winslet (O Leitor)
Finalmente a moça emplacou, depois de ter batido na trave por cinco vezes. Excelente atriz, este ano ela matou a pau, com duas interpretações impecáveis (O Leitor e Foi Apenas um Sonho), e já tinha ganhado tudo pelo caminho, inclusive dois Globos de Ouro, de performance principal e coadjuvante. Linda, talentosíssima, e agora reconhecida pela premiação mais badalada. Quanto as outras, Mestra Maryl Streep está excelente em Dúvida, pau a pau com Kate, mas deixa a menina leva o dela! A senhora já tem quinze indicações, com dois douradinhos em casa. Melissa Leo, Anne Hathaway e Angelina Jolie tem atuações boas, mas nada tão impressionante quanto as duas primeiras. Essa era mais que esperada.
Melhor ator
Richard Jenkis (The Visitor)
Frank Langella (Frost/Nixon)
>> Sean Penn (Milk - A Voz da Igualdade)
Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Mickey Rourke (O Lutador)
Aqui teve muita gente que caiu do cavalo, dando como certa a coroação do malucaço Mickey Rourke. Eu tava na onda desse pessoal, que já tinha premiado o cara aos montes, e elogiando a beça sua ressurreição. Acho ele apenas honesto, nada genial, e interpretrou a si próprio em O Lutador. Já Sean Penn deixa o queixo caído quem assiste a Milk, pois faz uma bichinha afetada de maneira impecável! Mostrou toda sua versatilidade, pois geralmente é visto em papéis de machões, coisa e tal, e aqui dá uma aula de interpretação, assim como em outras oportunidades. Imaginei que ficaria entre os dois, mas cairia no colo de Rourke. Quanto aos outros, Brad Pitt é um bom ator, mas fez apenas mais do mesmo em OCCBB (acho a atuação dele em Queime Depois de Ler muito mais bacana). Os veteranos Frank Langella e Richard Jenkins estão impecáveis em suas interpretações, muito bons mesmo. Merecidíssimo, e acho que foi a única surpresa da noite.
Melhor atriz coadjuvante
Amy Adams (Dúvida)
>> Penelope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
Viola Davis (Dúvida)
Taraji P. Henson (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Marisa Tomei (O Lutador)
Aqui, a coisa tava bem parelha. A única menos considerada era Taraji P. Henson. Trabalhos impecáveis de Amy Adams (linda e maravilhosa) e Viola Davis, além da estonteante Marisa Tomei, também excelente. Mas a caliente Penelope Cruz tinha mostrado serviço de primeira no projeto espanhol de Woody Allen, onde todo o elenco está em pé de igualdade, com ótimas atuações. Levou e mereceu.
Melhor ator coadjuvante
Robert Downey Jr. (Trovão Tropical)
Philip Seymour Hoffman (Dúvida)
>> Heath Ledger (Batman - O Cavaleiro das Trevas)
Josh Brolin (Milk - A Voz da Igualdade)
Michael Shannon (Foi Apenas um Sonho)
Talvez o prêmio mais certo da noite, o Coringa mais definitivo da história nos deixa pensando no potencial desperdiçado do cara, que partiu de maneira tão inesperada e evitável. Heath Ledger já tinha garantido este Oscar ainda nos trailers de Cavaleiro das Trevas, e se o filme por si só se garantiu como um dos melhores do ano - menos pra Academia, é claro -, o australiano ainda conseguiu a façanha de roubar a cena. Sobre os outros, Robert Downey Jr. (um dos meus atores favoritos, e inacreditável no papel) e Philip Seymour Hoffman tem atuações excelentes, mas ficam na sombra do Coringa. Já Josh Brolin e Michael Shannon apenas compõem a mesa, pois suas atuações são apenas boas. Aqui, não havia qualquer sombra de dúvida do resultado, e se tornou o segundo ator premiado postumamente, junto com Peter Finch, por Rede de Intrigas, de 1976.
Melhor diretor
>> Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário? - Slumdog Millionaire)
Stephen Daldry (O Leitor)
David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Ron Howard (Frost/Nixon)
Gus Van Sant (Milk - A Voz da Igualdade)
Danny Boyle virou um de meus diretores favoritos assim que assisti Cova Rasa e Trainspotting, em 1997. Gostei de todos os filmes dele que assisti, sempre com um estilo bem pessoal na maneira de conduzir a história. Reconhecimento merecidíssimo pra ele, que apostou bem alto nesta empreitada pelas Índias. Quanto aos outros, Gus Van Sant e Stephen Daldry são caras competentes e talentosos; Ron Howard é um cara bom, mas sem estilo; e meio que me decepcionei com David Fincher, que manteve o bizarro característico neste seu último trabalho, mas abdicou do estilo pessoal em função de construir um filme hollywoodiano demais, e isso foi a maior fraqueza de OCCBB. Palmas pra Boyle.
Melhor roteiro original
Rio Congelado
Simplesmente Feliz
Na Mira do Chefe
>> Milk - A Voz da Igualdade
Wall-E
Desses, só não assisti a Simplesmente Feliz. Meus preferidos eram Wall-E (obra de arte) e Na Mira do Chefe, que com este título super inadequado, passa a imagem de uma comediazinha sessão-da-tarde, quando na verdade tem um humor negro bem característico dos cineastas ingleses, além de ser bastante violento. É um excelente filme, ri bastante, mas sei que nem todo mundo se agradaria. Completando a lista, Rio Congelado que nada traz de novo. Milk é um filme muito bacana, com a história de uma pessoa fantástica - Harvey Milk -, então até que pode ter merecido o prêmio.
Melhor roteiro adaptado
O Curioso Caso de Benjamin Button
Dúvida
Frost/Nixon
O Leitor
>> Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire)
Não li nenhuma das obras originais. Daí só posso falar sobre o que vi na tela. Considerando que Dúvida e Frost/Nixon são filmes concentrados na força de seu elenco, me inclino a gostar mais deles. O Leitor não traz nada de muito novo, mesmo tendo elementos bem diversos, mesmo que comuns, como paixão, abandono, ressentimento, Holocausto, etc. Concordo com o pessoal que diz que OCCBB é um Forrest Gump às avessas, e não vi nada de especial na história. No final, acho que QQSUM, por ser "novidade" por aqui, pode ter merecido sua estatueta.
Melhor trilha sonora original
Alexandre Desplat (O Curioso Caso de Benjamin Button)
James Newton Howard (Um Ato de Liberdade)
>> A. R. Rahman (Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire))
Danny Elfman (Milk - A Voz da Igualdade)
Thomas Newman (Wall-E)
Só não assisti a Um Ato de Liberdade. A trilha de Wall-E, do habitual colaborador de Tim Burton, o ex-OingoBoingo Danny Elfman, é encantadora. OCCBB e Milk são honestos e eficientes. Já QQSUM tem o mesmo argumento que usei no caso do Roteiro - a força da "novidade" - como diferencial, então acho que valeu.
Melhor canção original
Down to Earth (Wall-E)
>> Jai Ho (Quem Quer Ser um Milionário? - Slumdog Millionaire)
O Saya (Quem Quer Ser um Milionário? - Slumdog Millionaire)
O mestre Peter Gabriel até criou uma polemicazinha com sua ótima Down to Earth - não quis se apresentar na cerimônia, mesmo presente, porque achou falta de respeito limitarem apenas sessenta segundos pra cada música -, mas dificilmente conseguiria superar as, novamente, "novidades" de QQSUM. E o número final do filme, na estação de metrô, onde toca a ganhadora, é maravilhoso. Era bem esperado esse prêmio.
Melhor filme estrangeiro
Der Baader Meinhof Komplex, de Uli Edel (Alemanha)
Waltz With Bashir, de Ari Folman (Israel)
The Class, Laurent Cantet (França)
>> Departures, Yojiro Takita (Japão)
Revanche, de Gotz Spielmann (Áustria)
Não assisti a nenhum destes, logo whatever.
Melhor animação
Bolt - Supercão
Kung Fu Panda
>> Wall-E
Acho que tanta certeza quanto Heath Ledger ganharia como Coadjuvante, era Wall-E ganhando como animação. Engrosso o coro dos que clamaram pelo filme nas categorias principais da premiação. É uma obra de arte, do começo ao fim. Quanto aos outros, Bolt é um filme normalzinho, sem nada de novo na técnica, e que poderia perfeitamente ter sido realizado em live-action, com atores e animais de verdade (pra se ter uma idéia, ele cai na velha armadilha de ter coadjuvantes mais interessantes que o protagonista, no caso, o hamster-meio-marmota Rhino); enquanto o Panda tem muita força no elenco de dublagem e nos cenários, além de uma técnica eficiente, mas nada além disso. Não havia qualquer dúvida aqui.
Melhor curta de animação
>> La Maison en Petits Cubes, de Kunio Kato
Lavatory - Lovestory, de Konstantin Bronzit
Oktapodi, de Emud Mokhberi e Thierry Marchand
Presto, de Doug Sweetland
This Way Up, de Alan Smith e Adam Foulkes
Aqui, só assisti a Oktapodi e Presto, ambos muito bons. Mas não posso apontar se são melhores que os outros, inclusive o premiado.
UPDATE: no Youtube tem todos os curtas de animação indicados. Além de Oktapodi e Presto, também This Way Up, Lavatory-Lovestory e La Maison en Petits Cubes (primeira e segunda partes), que realmente é o melhor deles. Clique nos links para assistí-los.
Melhor documentário
The Betrayal (Nerakhoon), de Ellen Kuras e Thavisouk Phrasavath
Encounters at the End of the World, de Werner Herzog e Henry Kaiser
The Garden, de Scott Hamilton Kennedy
>> Man on Wire, de James Marsh e Simon Chinn
Trouble the Water de Tia Lessin e Carl Deal
Não assisti a nenhum destes, logo whatever.
Melhor documentário em curta-metragem
The Conscience of Nhem En
The Final Inch
>> Smile Pinki
The Witness - From the Balcony of Room 306
Não assisti a nenhum destes, logo whatever.
Melhor curta-metragem
Auf der Strecke (On the Line)
Manon on the Asphalt
New Boy
The Pig
>> Spielzeugland (Toyland)
Não assisti a nenhum destes, logo whatever.
Melhor direção de arte
A Troca
>> O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman - O Cavaleiro das Trevas
A Duquesa
Foi Apenas um Sonho
Destes, só não assisti A Duquesa. Mas, com filme de época, sua indicação é normal. A Troca (se passa na década de 20) e Foi Apenas um Sonho (se passa na década de 50), também por serem de época, e por serem bons trabalhos, é normal estarem por aqui. Batman, acredito eu, teve sua vaga garantida pelo inacreditável Coringa, e foi mais que merecido. Mas difícil tirar das mãos de OCCBB, porque a história se passa ao longo de sete décadas, e como toda a equipe competente como convém a uma obra deste calibre, teve seu trabalho "facilitado", pois o material de pesquisa e trabalho é bastante extendo. Bastante previsível a premiação.
Melhor fotografia
A Troca (Tom Stern)
O Curioso Caso de Benjamin Button (Claudio Miranda)
Batman - O Cavaleiro das Trevas (Wally Pfister)
O Leitor (Chris Menges and Roger Deakins)
>> Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire) (Anthony Dod Mantle)
A Troca, e a década de 20; OCCBB e as sete décadas en passant; Batman e sua Gothan City; O Leitor e a Alemanha Oriental da década de 50/60; nem o trabalho facilitado de lidar com filmes de época foi páreo pra Índia retratada em QQSUM. Essa também tava bem na expectativa.
Melhor edição
O Curioso Caso de Benjamin Button (Kirk Baxter e Angus Wall)
Batman - O Cavaleiro das Trevas (Lee Smith)
Frost/Nixon (Mike Hill and e Hanley)
Milk - A Voz da Igualdade (Elliot Graham)
>> Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire) (Chris Dickens)
Cara, aqui devo admitir que tava torcendo, e muito, por Batman. O trabalho foi primoroso. Todos os outros também foram muito competentemente produzidos, mas Batman merecia mais reconhecimento técnico, já que as nas categorias principais foi preterido. Acho que QQSUM, que também merecia, devo dizer, foi favorecido pelo ôba-ôba de estar ganhando tudo. Pra mim, devia ter ido pra Batman.
Melhor mixagem de som
O Curioso Caso de Benjamin Button (David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce e Mark Weingarten)
Batman - O Cavaleiro das Trevas (Lora Hirschberg, Gary Rizzo e Ed Novick)
>> Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire) (Ian Tapp, Richard Pryke e Resul Pookutty)
Wall-E (Tom Myers, Michael Semanick e Ben Burtt)
O Procurado (Chris Jenkins, Frank A. Montaño e Petr Forejt)
Aqui uso o mesmo argumento da categoria Edição: meu preferido era Batman. Outro excelente trabalho, o som do filme é fantástico! Todos os outros são bons trabalhos, principalmente Wall-E, mas acho que QQSUM também foi favorecido pelo tal ôba-ôba de estar ganhando tudo. Preferia que tivesse ido pra Batman.
Melhor edição de som
>> Batman - O Cavaleiro das Trevas (Richard King)
Homem de Ferro (Frank Eulner e Christopher Boyes)
Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire) (Tom Sayers)
Wall-E (Ben Burtt e Matthew Wood)
O Procurado (Wylie Stateman)
Fiquei satisfeito que tenha ido pra Batman - pelo menos aqui os caras deram uma folga pra QQSUM -, mesmo que ache que quem merecia realmente era Wall-E. Quem tiver oportunidade, assista ao making of nos extras do DVD, onde é mostrado o processo de desenvolvimento da Edição de Som do filme. É de se apaixonar o método, resgatado da tradicional arte da sonoplastia, tão magistralmente dominada por caras como Disney e Chuck Jones. Tudo oldschool, incrementados pela onipresente tecnologia digital, mas o tempero do original dá um sabor muito mais encantador. Gostei, mas podia ter sido melhor.
Melhores efeitos especiais
>> O Curioso Caso de Benjamin Button (Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton e Craig Barron)
Batman - O Cavaleiro das Trevas, (Nick Davis, Chris Corbould, Tim Webber e Paul Franklin)
Homem de Ferro (John Nelson, Ben Snow, Dan Sudick e Shane Mahan)
Homem de Ferro é só CGI (computação gráfica). Boa, mas nada mais que isso. OCCBB é CGI + maquiagem. Nada mais que isso. Já Batman é tudo na mão, só uma meia dúzia de efeitos em CGI. Isso me fez preferí-lo na categoria. Hoje em dia tudo é CGI, então quem ainda opta por fazer as coisas mais "reais" me convence rapidamente. Os extras do DVD de OCCBB trazem um making of da elaboração do CGI, que teve como principal tarefa "construir" o "velho" Brad Pitt, e é impressionante, talvez o motivador da premiação. Seria minha última opção, mas não deixa ter mérito.
Melhor maquiagem
>> O Curioso Caso de Benjamin Button (Greg Cannom)
Batman - O Cavaleiro das Trevas, (John Caglione, Jr. e Conor O'Sullivan)
Hellboy II (Mike Elizalde e Thom Floutz)
Não assisti Hellboy II, mas pelo trailer deu pra perceber que, assim como o primeiro filme, o trabalho foi de primeira. Batman tinha como mola propulsora, mais uma vez, o inacreditável Coringa, com sua cara "borrada" e suas cicatrizes. Inclusive acho que a indicação foi exagerada, apesar de idolatrar aquele trabalho. Acho que o verdadeiro merecedor aqui foi mesmo OCCBB, com o envelhecimento/rejuvenescimento de Brad Pitt, e o rejuvenescimento/envelhecimento de Cate Blanchett. Merecido prêmio.
Melhor figurino
Austrália (Catherine Martin)
O Curioso Caso de Benjamin Button (Jacqueline West)
>> A Duquesa (Michael O'Connor)
Milk - A Voz da Igualdade (Danny Glicker)
Foi Apenas um Sonho (Albert Wolsky)
Não assisti Austrália nem A Duquesa. Todos filmes de época, os argumentos são os mesmos da categoria Direção de Arte. Imagino que o fato de, por se passar em outro século, tornou o material de pesquisa mais farto, e o resultado mais exuberante pr'A Duquesa, que levou a estatueta. Dos três que assisti, todos foram bons trabalhos. Então acho que deve ter sido bem merecido.
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