Leia a parte 1 do capítulo I AQUI e a parte 2 do capítulo I, AQUI.

INTERLÚDIO

NA VERDADE, ESSE FOI O "INTERLÚDIO",

NÃO O CAPÍTULO II, QUE VEM A SEGUIR.

Antes de continuar vale uma observação. Os cineastas e as escolas que cito não podem ser vistos de forma estanque, como se fossem as únicas coisas acontecendo ou como os únicos inventores.

O que se faz, para efeito didático, é destacar os mais representativos e/ou mais importantes. Antes de Griffith mesmo já havia outros pioneiros tentando contar histórias com a câmera, tentando superar o mero retrato documental das primeiras exibições, como as dos irmãos Lummière.

No entanto, eram experimentações ainda muito simplórias. Griffith foi mais além, dando estrutura sólida à narrativa linear. Antes dele, por exemplo, havia Edwin Porter, que filmou The Great Train Robbery em 1903 (na época só havia curta-metragens). Enquanto isso, na França, um certo realizador ficou célebre por um motivo um pouco diferente:

George Méliès - Rodou uma série de curtas (os longas só surgiram em meados da década de 1910, e só predominaram a partir dos anos 1920) da época do surgimento do cinematógrafo nos anos 1890 até os primeiros anos 1910.

Não se pode dizer que Méliès já tivesse uma visão artística, elaborada do cinema, como Griffith ou Eisenstein, mas um tanto sem querer ele acabou contribuindo com a evolução do cinema enquanto forma de arte.

Ele era um mágico de profissão e muitos de seus filmes consistem em gravações, com a câmera parada em plano médio, de seus números. Os cortes só foram surgindo aos poucos, devagar. Em outras palavras, sua visão artística era a de um ilusionista, não a de um cineasta.

Certo dia, filmando na rua, ele interrompeu a filmagem em determinado ponto e depois religou a câmera para retomar a cena. Qual não foi a sua surpresa ao revelar o filme e ver um veículo que passava no momento da filmagem desaparecer subitamente no quadro - devido ao corte não planejado.

Pronto, estava criada a ilusão do cinema, o corte como ferramenta expressiva e, por tabela, o efeito especial. Sim, também efeito especial porque Méliès, enquanto mágico de profissão, ao invés de usar sua descoberta para sofisticar a narrativa - como Porter ou Griffith - focou tudo nas ilusões que a edição proporciona, nos efeitos visuais. Fez até ficção científica, como uma adaptação do romance de Júlio Verne Da Terra à Lua (Le Voyage dans la lune, 1902).

Apesar da curta carreira deixou mais de 500 curtas (como se pode ver no www.imdb.com - onde ser pode obter informações sobre todos os filmes e diretores citados aqui. Muitos de suas realizações são facilmente encontrados no youtube, pesquisando por seu nome).

Na próxima mensagem, o Capítulo II, no qual abordo o cinema americano clássico, particularmente o cinema intimista.

Abraços!

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