Leia a parte 1 do capítulo I AQUI e a parte 2 do capítulo I, AQUI. O post anterior, Interlúdio você rever clicando AQUI.

Agora voltemos ao cinema norte-americano (esse pleonasmo, como disse Alexander Astruc, um dos pensadores franceses da época da Nouvelle Vague). O cinema clássico americano, em certa medida inventado por Griffith, desdobrou-se em várias vertentes: épicos, westerns, dramas, comédias, comédias românticas e, particularmente, em intersecção com estes gêneros, filmes intimistas, que idealizavam certos comportamentos humanos.

CAPÍTULO II

O cinema que conquistou o mundo

É muito provável que Hitchcock, ao finalizar Um Corpo que cai (Vertigo, 1958), Marnie - Confissões de uma Ladra (Marnie, 1964) ou, principalmente, Intriga Internacional (North by Northwest, 1959) não se tenha dado conta de que levava ao ápice a forma de cinema baseado no que se pode denominar Melodrama, que constituiu a base do Cinema Intimista.

Trata-se da forma do cinema clássico norte-americano que mais marcou o cinema como espetáculo, um cinema que conquistou (e conquista) platéias, cinéfilos e críticos - destaque para os franceses do movimento moderno a partir da Nouvelle Vague ("nova onda"). Não confundir melodrama com "dramalhão", este, típico das novelas brasileiras e mexicanas, por exemplo.

Melodrama é qualquer narrativa que enfatiza os sentimentos básicos mais nobres do ser humano: compaixão, amor, paixão, amizade e idealismo. Esse cinema, chamado também de "intimista", teve sua representação mais clássica em filmes como Casablanca (1942), de Michael Curtiz, Os Melhores Anos de Nossas Vidas (The Best Years of our Lives, 1946), de William Wyler, Sabrina (1954), de Billy Wilder, Tarde Demais para Esquecer (An Affair to Remember, 1957), de Leo McCarey ou A Felicidade não se Compra (It's a Wonderful Life, 1946), de Frank Capra, sendo estes dois últimos cineastas dois dos maiores representantes desse tipo de cinema, cujos títulos citados são apenas exemplos de uma filmografia arquetípica desse estilo.

Dos filmes dessa escola extrai-se do ser humano o que há de melhor, sem cair - no caso dos melhores cineastas - no piegas ou no sentimentalismo barato. Os personagens passam por várias provações até chegar ao fim de uma jornada, com a confirmação ou a descoberta de que o melhor caminho é sempre o das virtudes do homem - a este respeito, tendo como objeto de análise Intriga Internacional, é muito enriquecedor o excelente ensaio do crítico da www.contracampo.com.br, Ruy Gardnier, disponível AQUI.

É bem verdade que esse escola foi banalizada e pervertida no cinema americano dos anos 1980 para cá por diretores sem o que dizer, que apenas repetem fórmulas criadas décadas antes, sem nada lhes acrescentar e sem a mesma desenvoltura (ou sem a mesma sinceridade artística).

Por isso mesmo esse cinema é confundido pelos incautos como algo meloso e "sem conteúdo", e por isso também não se pode comparar as comédias, os filmes românticos e as comédias românticas de hoje com as de outrora. Não eram filmes realistas/naturalistas como os filmes de narrativa tradicional de hoje, nem na fotografia, nem nas atuações, nem nos roteiros, nem na narrativa como um todo.

A seguir, o expressionismo alemão, que levou o subjetivismo e o pessimismo como visão de mundo às últimas conseqüências. Um cinema que morreu cedo, mas que deixou filhos fortes, a reprensentar parte do melhor do cinema posterior.

1 comentário(s):

At 28 de outubro de 2008 às 16:43 Anônimo said...

Essa letra verde sobre fundo cinza é péssima para a leitura.

 

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